Nasci na madrugada de terça-feira, dia 28 de fevereiro de 1989 em Luanda, Angola.Venho de uma família muito humilde e sou o terceiro de sete filhos: Eu, Santa, Júlio, Domingas, Sant'ana, Domingas jr. e Maria de Fátima. Infelizmente, a Santa, a Domingas e a Sant'ana já não fazem parte do "mundo dos vivos", a morte tirou elas de mim sem mesmo antes conhece-las bem. Meu pai, é teísta agnóstico, ou seja, acredita que existe um Deus, mas não firma saber sobre isso. Minha mãe, é católica praticante, segundo ela e os seus pais também foram católicos. A minha mãe é tão devotada em sua religião que está sempre presente a todos os cultos dominicais, ministérios, vigílias e outros. Os meus pais tem um relacionamento tão saudável, que desde que causaram o meu nascimento até ao presente nunca os vi em troca de palavras, gritarias, discussão ou brigas, nem mesmo com os vizinhos. Nós, seus filhos, temos neles um modelo de um casal feliz. Mas apesar desse lado "fixe" deles, papai era muito violento connosco, os filhos. Nos batia tanto que crescemos odiando ele, mas graças a Deus, hoje o amamos muito. Mamãe sempre nos levava a igreja aos domingos. Eu amava tanto essas ocasiões que passei amar "os domingos", enquanto o meu irmão "fugia" só de ouvir a palavra "igreja". Até hoje nunca pertenceu a nenhuma religião, mas apesar disso, é uma pessoa de boa moral e eu fico feliz por isso. Quando eu tinha 10 anos, comecei a frequentar a Igreja Adventista do Sétimo Dia, por influência do meu tio que naquela altura era diácono. Minha mãe nunca se opôs à minha "nova fé", pois acreditava que todos os caminhos levam a um único Deus. Até cheguei a apresentar um "discurso público", que na verdade foi recitar em voz alta o texto de Eclesiastes 12:13 (risos). E durante o tempo que estive associado a essa religião, passei a amar e a respeitar a Palavra de Deus, pois foi a primeira vez que eu tive contato com uma Bíblia. Mas o que me chamou mais à atenção foi um livro amarelo de capa dura: Meu Livro de Histórias Bíblicas – devido as suas gravuras coloridas e histórias bem resumidas. Só mais tarde vim a saber que esse livro não era da Igreja Adventista. Meus primeiros contactos com a “verdade” Até princípio do ano 2001, nunca tinha ouvido falar sobre as Testemunhas de Jeová, até que numa bela manhã de domingo, estando a brincar com um amigo na sua casa, de repente dois jovens bem arrumados bateram à sua porta. Na verdade, ele já “estudava a Bíblia”, por isso enquanto ele ia arrumar o cenário para estudar, o seu instrutor aproveitou para me dar testemunho. Ainda me lembro das pergunta que ele fez para mim como se fosse ontem: – Qual é o seu partido? – Perguntou o Instrutor. – Meu partido é MPLA. – Respondi. – Sabes qual é o nosso partido? – perguntou ele. – Não. – Nosso partido é isto! – Apontando para a Tradução do Novo Mundo na sua mão. Naquele mesmo dia, começamos a estudar a "Bíblia" na brochura “O Que Deus Requer de Nós”, e dois meses depois já estava a frequentar algumas reuniões das Testemunhas de Jeová no seu local de adoração chamado Salão do Reino. Infelizmente, sem nenhuma explicação, meu instrutor parou de ir a minha casa me dirigir estudos. Só mais tarde vim a saber que ele tinha viajado para o interior do país. Nessa altura já havia desligado todo contato com a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Algumas semanas depois que o meu instrutor se ausentou, comecei a "estudar a Bíblia" novamente, desta vez com um senhor muito humilde, alegre e respeitoso. Em poucas semanas, já era como que um novo membro da sua família, e me tornei tão amigo de uma das suas filhas que nos tornamos verdadeiros irmãos. A nossa amizade era tão forte que ninguém ia na reunião um sem o outro. Por outra, eu amava ler as publicações da Torre de Vigia. Lia sempre as quatro revistas mensais de 32 páginas e os lançamentos do congresso de capa a capa. Nunca perdi um artigo até hoje e um dos artigos que eu mais gostava de ler era a biografia dos irmãos, as experiências que contavam e as mudanças que faziam, me impressionava tanto que eu pensava: "Puxa! quando vou ter minha experiência publicada nesses artigos?" Outra coisa que eu amava era entoar cânticos do cancioneiro “Cantemos Louvores a Jeová”. Eu conhecia quase todos eles e ainda tenho alguns cânticos de cor na minha mente. E quando mudaram o cancioneiro para o atual, que é o “Cantemos a Jeová”, no Congresso de 2009, eu fiquei com "raiva" do "escravo". Numa noite de domingo, 5 de junho de 2005, tornei-me publicador não-batizado da Congregação Correios do Golfe-Centro (atualmente Correios do Golfe-Norte). Visto que a minha casa se encontrava fora do território da congregação a que eu pertencia e por outros fatores, decidi morar na casa de uma família de Estudantes da Bíblia - uma família muito humilde e hospitaleira. O filho mais velho daquele casal já era publicador de longa data e nos tornamos grandes amigos. Os cinco anos que passei naquela casa, foram os cinco anos mais felizes da minha vida até aquele momento. Todo meu "progresso espiritual" passei naquela humilde casa. Eu sempre dizia assim: “Entrei publicador não-batizado naquela casa e saí Servo Ministerial.” (risos). “Bençãos inestimáveis” No dia 14 de agosto de 2005, assisti ao meu primeiro Congresso de Distrito das Testemunhas de Jeová com o tema "Obediência a Deus". Este foi o início de uma longa amizade: a minha “amizade com Jeová”. Durante todo esse tempo, nunca faltei uma reunião se quer. Eu amava as todas elas, especialmente o Estudo do Livro, que eram realizadas em grupos pequenos. E por ser um grupo pequeno, eu comentava sem nenhum tipo de nervosismo. Gostava tanto da designação de leitor que almejava o batismo para um dia ser o leitor do Estudo do Livro (risos). No ano seguinte, isto é, no dia 2 de setembro de 2006, simbolizei a dedicação a Jeová por meio do batismo em água, no Congresso “Aproxima-se o Livramento”. Eu estava tão inspirado, tão cheio de zelo, que no fim do programa de sábado, pedi a petição como pioneiro ao ancião secretário e assim que terminou o congresso, na segunda feira já estava no serviço de proselitismo como pioneiro auxiliar. Também, naquele mesmo ano, coloquei um ponto final na idéia de um dia fazer o chamado “Ensino Superior”. No dia 1 de agosto de 2008, entrei na carreira de serviço de pioneiro regular, relatando 70 horas mensalmente. Do dia 30 de novembro a 11 de dezembro de 2009 tive o privilégio de cursar a ESP (Escola de Serviço de Pioneiro), por causa dos problemas financeiros que apertavam, tive que deixar a carreira no ano e seguinte comecei a trabalhar para sustentar os meus "caprichos". No dia 14 de junho de 2010 fui designado como Servo Ministerial, e no fim daquele ano tive que abandonar aquela família que me acolheu sem estabelecer nenhum tipo de prazo limite e voltei para casa dos meus pais, ansioso para servir em uma congregação nova – a que pertenço até hoje – Correios do Golfe-Leste. Nesta nova congregação recebi muitos “privilégios” e muitas “bençãos” da parte de “Jeová”. Trabalhei como servo de manutenção e limpeza, servo de literatura e ajudante do secretário. Ainda como servo ministerial trabalhei como superintendente de serviço, secretário e presidente da escola do ministério teocrático, chegando a cursar até mesmo a Escola do Ministério do Reino para servo ministerial em 2011. Nessa altura, o único ancião da nossa congregação recebeu o convite para servir como pioneiro especial em outra província ou estado (hoje este ancião é superintendente viajante), e em contrapartida, o Betel enviou para a congregação um ancião treinado na EBIS (Escola Bíblica para Irmãos Solteiros, agora Escola para Evangelizadores do Reino). Outras “bençãos” Para minha surpresa, na segunda semana de agosto de 2014, enquanto concluía o meu ensino médio, fui designado ancião de congregação. Foram os maiores aplausos que eu já presenciei na minha vida, os irmãos não paravam de bater palmas. Depois de vários anos sem ter um ancião originário na congregação, lá estava eu, o ancião mais jovem do circuito 107, até aquele momento. Depois seguiram-se outras “bençãos”: Retornei à carreira de pioneiro regular, cursei novamente a Escola do Ministério do Reino, mas desta vez só para anciãos. Durante o tempo que servi como servo e ancião fiz vários discursos públicos na congregação. As pessoas amavam-me tanto ver fazer discursos, que era sempre convidado a proferir discursos fora da congregação, em lugares tão distante como Golfe 2, Calemba 2, Sambizanga e Cazenga. Também fui convidado a proferir discursos especiais com os temas “Como se cumprirá a promessa de felicidade familiar” em 2015 e “Está a caminhar na estrada para vida eterna?” em 2016. Fui convidado a assistir à reunião especial, no maior estádio de futebol nacional, o “11 de Novembro”, no dia 25 de janeiro de 2015. Tive o privilégio ainda de proferir um discurso na reunião especial dos pioneiros com o superintendente de circuito e um discurso na assembléia de circuito no dia 13 de dezembro de 2015, com o tema “Use os seus recursos de forma sábia”. No pouco tempo que servi como ancião, recebi todos esses “privilégios” e “bençãos”, mas em troca passei por um enorme desgaste físico e mental. Quase que não tinha tempo para visitar meus familiares. Até mesmo as pessoas diziam-me que troquei a minha família pela congregação. Por outro lado, passava por um cansaço mental, que não sabia o porquê e de onde vinha. Hoje eu sei que aquele cansaço era o resultado do trabalho que fazia como ancião e secretário da congregação, que se resumia em compilar relatórios, baixar cartas da Sociedade, visita de pastoreio, preparar discursos público e as reuniões, estudo pessoal, e outros. Também vivia com medo de “pecar contra Jeová” em meio a tantas regras que a Sociedade publicava, pois não queria perder os meus “privilégios”. Mas ainda assim, a minha meta sempre foi cursar a escola de evangelizadores, servir como pioneiro especial e por fim superintendente de circuito. Tudo corria bem ou assim pensava, até que... Surgem as dúvidas Oito anos atrás havia conhecido um irmão que tinha excelentes qualidades e que eu admirava muito. Assim nos tornamos muito achegados. Admirava ainda mais a coragem que ele demostrava diante da oposição da mãe. Em novembro de 2015, fiquei sabendo que esse amigo que agora se mudou para o Panguila, Luanda, abandonou a verdade e virou aquilo que as Testemunhas de Jeová designam como “apóstata”. Ele já era servo ministerial e pioneiro, mas renunciou todos esses “privilégios” e pior, publicou a sua carta renunciando ser Testemunha de Jeová, na sua conta do facebook. Eu simplesmente não conseguia acreditar no que estava ouvindo, por isso fui constatar com os meus próprios olhos. Procurei ele nas redes sociais, li a carta e conversei com ele com o objetivo de mostrar que ele estava errado por tomar essa decisão e eu pressionava tanto ele, que me bloqueou no facebook. Mas antes disso, ele me enviou por mensagem um site – o EXTJ.NET. A princípio, eu tinha receio de consultar esse site, porque antes desse ocorrido, nunca havia consultado antes um site que falasse “mal” das Testemunhas de Jeová e por isso ficava pensativo, raciocinando: “Vou magoar muito a Jeová se eu fazer isso.” Mas eu só estava à procura de respostas e por isso entrei no site sem nenhum peso de consciência. Quando entrei, eu não acreditava no via. Fiquei chocado ao saber que a BÍBLIA SAGRADA não condena aniversários natalícios ou outros feriados como nos é ensinado a crer e fiquei sabendo que Jesus não foi pregado num simples poste vertical (estaca de tortura) e que Judas Iscariotes esteve presente na Ceia do Senhor segundo os relatos dos Evangelhos (opinião contrária à da Torre de Vigia). Fiquei sabendo também que a Organização está-se colocando no lugar que de direito pertence a Jesus, que os 144.000 do Apocalipse não é um número literal, e muitos outros ensinos que eu ensinava como sendo bíblicos. Mas o que eu mais gostava neste site, eram as experiências de ex-TJ. Li todas as experiências encontradas lá: de irmãos brasileiros, portugueses e conheci também irmãos angolanos como João Barão e Joaquim de Marcos, hoje sendo esses meus amigos. Mas de todas as experiências que li, eu me identifiquei mais com a de de José Gomes. Tínhamos tantas coisas em comum que eu chorava só de ler o seu testemunho. Foi a única experiência que eu lia repetidas vezes, por várias semanas. Mas apesar disso, decidi continuar servindo mesmo assim como ancião, imaginando que tudo aquilo que vi ali eram só fantasias. Mas entretanto, ficava baixando livros “apóstatas” em PDF. Por exemplo, li o livro “Das Trevas para a Luz” de Fernando Galli e amei a sua experiência. Posso dizer que esse livro me inspirou a escrever o testemunho que estás a ler neste exato momento. Li ainda o livro “A Organização Torre de Vigia e a Autoridade Espiritual” de Ronald Frye, “As Testemunhas de Jeová Refutadas Versículo por Versículo” de David A. Reed, “Os Tempos dos Gentios Reconsiderados” de Carl Olof Jonsson e muitos outros livros. Mas tarde fiquei sabendo sobre Raymond Franz, ex-membro do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová e baixei os seus livros “Crise de Consciência” e “Em Busca da Liberdade Cristã”. Posso dizer que “devorei” os livros em poucas semanas. Não acreditei que as decisões do Corpo Governante, as “novas luzes” que nos foram ensinadas a crer que são apresentadas como orientadas por Jeová (orientação mediante o Espírito Santo), são na verdade decididas por meio de votos. Fiquei arrasado! Por isso, decidi entregar os meus “privilégios” como ancião, mas não conseguia dizer isso ao meu co-ancião. Levei meses, até conversar com ele. Mas um dia criei coragem e abri o jogo. Numa manhã de domingo, no fim da reunião conversei com ele e disse tudo que sabia e fazia isso tremendo e com lágrimas nos olhos. No fim eu disse que não queria mais ser ancião. Em seguida ele disse ao superintendente viajante e conversamos por telefone por alguns segundos, depois daí, o viajante nunca mais ligou para mim, nem mesmo para saber da minha saúde ou a do meu pai, conforme ele sempre fazia. Ele e a esposa, me amavam tanto que alguns irmãos na congregação me apelidaram de 'filho do superintendente', mas aquela conversa foi o suficiente para passar de filho a desconhecido. Na semana a seguir o ancião me pediu para escrever uma carta renunciando a tal “privilégio”. Senti um grande alívio ao fazer isso e fiquei mais aliviado ainda quando soou o anúncio na congregação, em agosto de 2016 (ver a carta no final deste testemunho). Muitos irmãos da congregação e do circuito, amigos, colegas de turma de pioneiro e anciãos ficaram decepcionados com a minha decisão inesperada. Até um superintendente de circuito ligou-me para ver se eu voltava atrás, mas já tinha-me decidido e não podia recuar, não depois de tudo que já passei para conseguir a liberdade que eu consegui. Depois que me senti livre das “correntes” da Torre de Vigia, comecei a faltar a algumas reuniões sem me sentir incomodado, comecei a me isolar dos irmãos e dos “amigos”, saia ao serviço de campo apenas aos sábados, só para preencher relatório. Para alguns irmãos, eu era um verdadeiro “apóstata” e para outros, um homem de coragem. Criei coragem e comecei a fazer publicações de ensinos que Torre de Vigia distorcia, comentando livremente nas “páginas proibidas” como a DESPERTA, EXTJ - AJUDA CRISTÃ e muitos outras. Recebia crítica duras vinda de irmãos todos os dias. Acredito que se esses “irmãos” tivessem a oportunidade para me “silenciarem”, fariam isso se pensarem duas vezes. Finalmente a Liberdade! Muitas vezes me pego pensando que seria melhor se eu estivesse na ignorância, seria melhor ficar sem saber nada do que sei hoje. As pessoas continuariam a me respeitar como ancião, continuaria a ter acesso às cartas secretas da Torre de Vigia, ter discursos nos congressos, nas assembléias e na congregação, continuaria a tomar a dianteira nas reuniões para saída ao campo. Continuaria a receber chamadas “especiais” do superintendente de circuito e do Betel de Angola… mas, não estou nem um pouco arrependido da decisão que tomei. Não troco minha liberdade por nada neste mundo (Gálatas 5:13). Hoje sou uma Testemunha de Jeová inativa. Mas como é possível estar ali depois de toda essa decepção? Você talvez diga. Bem, acredito que o Senhor Jesus me libertou desta seita com um objectivo: LIBERTAR OUTRAS PESSOAS QUE ESTÃO PRESAS NAS GARRAS DA TORRE DE VIGIA. Torna-se mais fácil fazer isso dentro dela e essa tática tem funcionado. Por exemplo, consegui ajudar um pioneiro, uma pioneira e um amigo a “despertarem” e por sua vez, esse amigo está tentando ajudar também a sua família a se despertarem das “ilusões” da Torre de Vigia. Que Deus abençoe todos eles a usarem bem a sua liberdade! Durante este tempo, vi que há muitos irmãos em Angola implorando por “socorro”, irmãos que começaram a duvidar dos ensinos da Torre, mas decidiram estar no silêncio só para preservarem sua reputação e não perderem os seus “amigos” e família. Recebo vários pedidos de amizades no facebook e chamadas anónimas de irmãos que estão decepcionados com a Torre. Há até mesmo um irmão que me ligou no meio da noite para “desabafar” e falou tudo o que discordava da Organização. Por causa da minha coragem em desmascarar abertamente a Torre de Vigia, perdi vários “amigos”, mas em contrapartida, ganhei verdadeiros companheiros, alguns deles fora do país, outros nas províncias e muitos deles estão aqui mesmo em Luanda. Tem até um irmão que decidiu sair do Uíge para me conhecer pessoalmente. Conheci ainda irmãos que assim como eu, estão interessados em ajudar TJ e ex-TJ a libertarem-se da opressão religiosa, como o irmão Carlos Fernandes (Portugal), Osmanito Torres (Brasil), o irmão João Barão (Angola), Joaquim de Marcos (Angola), Ezequiel Afonso, Cristina Loreley, Alicia Fernandez, Rosilania Celeste e muitos outros que não posso mencionar aqui porque ainda são TJ ativas. Conheci também jovens de tamanha coragem e extraordinária sabedoria como o Osvaldo, do Calemba 2 e o Paciência, do Cazenga. Todos vocês fazem parte do meu mundinho chamado coração. No futuro, espero um dia me livrar totalmente de toda “mancha” da Organização Torre de Vigia que ainda restou em mim, mas enquanto isso, vou continuar tentando libertar os meus irmãos que estão presos aí. Mas, eu não odeio as Testemunhas de Jeová. Entendo que muitas delas são pessoas sincera, motivadas por amor a Jeová Deus, mas infelizmente esse amor, mais tarde, é direcionada à “sua Organização”, um sistema religioso farisaico que tenta controlar cada aspeto da vida de seus membros com “punho de ferro em luva de veludo”. Esta organização, através de seu Corpo Governante colocou-se como o “canal” ou “profeta” de Deus na terra, mediando o relacionamento de cada Testemunha de Jeová com o nosso Pai Celestial. Ela tornou-se assim um verdadeiro ídolo, um “bezerro de ouro” para a grande maioria das Testemunhas de Jeová que acreditam que apenas podem ser aceites por Jeová por meio dela. Esquecem-se que apenas a Jesus foi dado o papel de mediador de todos os homens: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus.” – 1 Timóteo 2:5 Mas, graças à internet, cada vez mais Testemunhas de Jeová estão se apercebendo da manipulação e do profundo engano dentro da Organização Torre de Vigia e cada vez mais, as pessoas começam a perder o medo de pesquisar e investigar sobre a sua religião. Acredito que daqui a mais algum tempo, os "muros" da Torre de Vigia vão cair, e que até mesmo as Testemunhas de Jeová mais fanáticas serão obrigadas a reconhecer a sua queda e a saírem assim como eu. Só me resta agradecer a Deus e ao seu Filho, Jesus Cristo por tornarem a minha liberdade possível! Agora posso dizer sem medo de errar: Finalmente encontrei a verdadeira Liberdade Cristã! Por André Antônio Gonçalves Fernandes ----------------------------------------- CARTA DE REMOÇÃO COMO ANCIÃO Eu, André António Gonçalves Fernandes, estou entregando os meus privilégios como Ancião por motivo de consciência. Nos últimos seis meses passei a questionar algumas doutrinas não-bíblicas da Organização Torre de Vigia. E muitas vezes parece que o Corpo Governante coloca essas doutrinas na mesma posição que um princípio claro da Bíblia ou acima delas. Por exemplo, se Atos 15:28,29 nos ordena para se abster, abdicar, negar ou se afastar do sangue como cabe ao cristão decidir se vai ou não aceitar frações sanguínea? Será que ela deixa de se tornar sangue? Alguém desobedeceu a ordem de Jeová doando aquele sangue que foi dividido em frações. Será o doador fica isento de punição? - Veja o livro Mantenha-se no Amor de Deus, quadro na página 81. Também vi que o Corpo Governante dá leis em situações tão simples que restam pouca ou nenhuma situação para a pessoa tomar suas própias decisões sem incomodo. Uma coisa que ontem era errado, hoje é permitido. Por exemplo, antes era inapropiado bater palmas quando alguém fosse readmitido (Veja o Nosso Ministério do Reino de Maio de 2008, página 3; Nosso Ministério de Fevereiro de 2000, página 7; A Sentinela 1º de Outubro de 2010, página 17), hoje é aceitável essa prática (Veja A Sentinela de Maio de 2016, página 31), e para apoiarem esse argumento, usaram Lucas 15:4-7, mas esse texto sempre esteve na Bíblia. Parece que a Palavra de Deus é algo que pode ser adaptado a um argumento quando as circunstancias o tornam recomendável e a um argumento contrário quando as circunstancias tornam-se diferente e isso me pertuba. Por outra, também observei que o Corpo Governante está mais interessado nos números, no "crescimento" do que em dar atenção nas qualidades pessoais de cada irmão. Por exemplo, há um irmão que eu admiro muito na congregação que não foi recomendado como Servo Ministerial porque não havia completado a cota de hora anual, mas ao ler 1 Timóteo 3:8-10,12, notei que Paulo destaca simplesmente qualidades em vez de obras. E durante o tempo que estou associado a essa Organização nunca entendi a explicação sobre o número de 144.000 escolhidos para governar com Jesus nos céus (Apocalipse 7:4-8). Não estou desacreditando que existem pessoas com esse privilégio, longe disso! (2 Timóteo 2:12), mas o que me pertuba é o número em si. Por exemplo, o Corpo Governante explica que 144.000 é um número literal, e reconhece que a soma das tribos é figurativo porque não se destina a identificar os judeus carnais (Veja o livro Revelação Seu Grande Clímax Está Próximo!, páginas 116-117, parágrafo 10,11). A pergunta é: Como pode a soma de elementos figurativos produzir um total literal, a saber 144.000? No livro bíblico de Apocalipse há referencias a 7 espíritos (1:4), 7 estrelas (1:16), 10 dias (2:10), 24 tronos, 24 anciãos e 7 lampadas (4:4,5), 4 criaturas viventes (4:6,7), 7 chifres e 7 olhos do cordeiro( 5:6), a quarta parte da terra (6:8), os 4 anjos e os 4 cantos da terra (7:1), um terço das árvores, criaturas e águas, etc (8:7-12) e muitos outros números utilizados, que são apresentadas nas nossas publicações como não sendo literais, mas figurativas, simbólicos. Então, porque não deve os 144.000 ser visto na mesma luz? Mas o que me deixou mais decepcionado é saber que Jesus é só mediador dos ungidos quando 1 Timóteo 2:5,6 diz que Jesus é o mediador entre Deus e Homens. Se Jesus é só mediador dos ungidos, então por que oramos em nome de Jesus? Não é por reconhecermos o seu importante papel como o único mediador entre Deus e os Homens? Não quero que os irmãos me entendam mal. Não estou tentando desafiar nenhum tipo de autoridade. Eu amo profundamente a Jeová e a Jesus, aceito a Bíblia como inspirada Palavra de Deus, por isso, a decisão que eu tomei não foram feitas da noite para o dia, foram meses de estudo e muita oração. E cheguei a conclusão de que algumas coisas que eu simplesmente acreditava não eram bíblica e vi que há coisas que eu não posso mais apoiar. Por isso estou largando os meus privilégios como ancião por motivos de consciência, mas espero puder continuar a apoiar a obra de pregação orientada e guiada pelo nosso Senhor e Sumo Sacerdote, Jesus! - Mateus 28:19,20. Luanda, aos 18 de agosto de 2016
4 Comments
27/11/2016 07:17:39
Passarei a essar este site até terminar com as minhas dúvidas
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Manuel Jamba
27/11/2016 16:42:30
Eu gostei...!!!
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Domingos Agostinho Miguel
27/11/2016 21:18:35
amigo eu gostaria poder conversar consigo de mais perto desde que me permitas e te apresentarei cristo, pois compreendo que estas ainda sobre uma luta em busca da verdade . Bem disse a biblia conhecereis a verdade e a verdade te libertará
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Domingos Agostinho Miguel
27/11/2016 21:20:49
gostaria lhe mostra outra parte da verdade, se me permitires falar consigo meu contacto é 913628223.
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Testemunhos,Aqui você terá acesso a testemunhos de vários irmãos em Jesus, filhos do Senhor Jeová Deus, os quais têm vindo a libertar-se da religião... Categorias,
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