Advogado da Torre de Vigia mente descaradamente sobre Desassociação e Ostracismo em tribunal

No Canadá, há um caso judicial que está sendo ouvido em relação a um homem que foi desassociado (excomungado) de uma congregação das Testemunhas de Jeová; este homem pede que os tribunais intervenham, com base no argumento de que a desassociação e a ostracização subsequente é algo de perigo para a saúde pública, prejuízo para a sociedade e assim por diante.

Não vou comentar sobre esta desassociação, porque ele foi expulso da congregação por embriaguez repetida e por confessar ser verbalmente abusivo com sua esposa e filhos. Certamente, alguém que é bêbado e abusivo deve ter pouca simpatia de qualquer um; No entanto, pondo o caso em si de lado, são certas declarações do advogado trabalhando para a Torre de Vigia que são um grande problema. Durante seus argumentos, este advogado teve a ousadia de dizer que, quando alguém é desassociado da religião, "as relações familiares normais continuam, com exceção da comunhão espiritual".

Ouça essa afirmação aqui, em seu contexto aqui (em inglês).

Qualquer ex-membro da religião das Testemunhas de Jeová sabe que esta é uma mentira absoluta e descarada. As famílias são absolutamente destruídas quando alguém é desassociado, e não pela própria pessoa desassociada. Essa pessoa pode querer, e tentar muito, continuar seu relacionamento com sua família, mas eles são desligados e banidos pelos membros ativos da família TJ. A comunicação e a associação não são mesmo o que você chamaria de mínimo, pois, às vezes, uma pessoa desassociada só ouvirá sobre nascimentos, óbitos, casamentos e outras notícias importantes por meio de membros da família não-TJ ou anúncios de jornais. Um membro ativo da religião das Testemunhas de Jeová pode não ver seus próprios netos, nem sobrinhas e sobrinhos, se os pais da criança forem ostracizados.

Quando uma criança, um adolescente, estão desassociados, podem ter permissão para permanecerem na casa até terem idade legal, mas podem ser banidos pelo familiar enquanto ainda estão sob o mesmo teto. Meu amigo, Bo Juel, escreveu sobre essa experiência em seu livro "A Menor das Prioridades de Deus".

"Este conto é sobre uma mulher que foi batizada como uma das Testemunhas de Jeová aos 13 anos e depois desassociada aos 15 anos. Ela morava com seus pais, e seu pai deixou claro para ela que a única razão pela qual ela ainda estava em casa era que ele não era permitido pela lei do governo para expulsá-la para as ruas, pois ainda era pequena. Ele também disse que, quando ela tivesse 18 anos, ele a queria a sair de sua casa imediatamente.

Então, durante três anos, ela morava numa casa com as pessoas que deveriam ser seus guardiões, sua segurança e, no entanto, quase nunca falaram com ela. Quando seus pais tinham amigos Testemunhas em sua casa, ela não tinha permissão para sair de seu quarto. Se ela precisasse usar a cozinha ou o banheiro, ela foi instruída a bater em sua porta antes de sair do quarto para que os convidados pudessem se virar e nem olhar para ela. Ela então teria que caminhar rapidamente para a divisão da casa que ela precisasse usar e depois bater novamente antes de voltar para o quarto dela. Ela fez isso por três anos.

Ela mal comeu com a família dela. Eles raramente falaram com ela."

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Você não precisa imaginar o que este tratamento abusivo e negligente faz a ninguém, e especialmente a uma criança, sua auto-estima e auto-imagem e ao seu desenvolvimento mental e emocional; alguns psicólogos disseram que "o ostracismo de longo prazo pode resultar em alienação, depressão, desamparo e sentimentos de indignidade". (Veja este relatório). Este tipo de tratamento é nada menos do que o abuso.

Você também não precisa acreditar na minha palavra sobre como os familiares são tratados pelos membros da família. A própria religião contradiz a declaração de seu próprio advogado, publicamente, repetidamente, na imprensa. Como exemplo, na edição de outubro de 2016 da Watchtower, página 16, o assunto dos membros da família desassociados foi discutido, e foi afirmado de forma claramente que os congregantes devem "evitar contato" com esses, mesmo através de mensagens de texto e mídias sociais:

https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/2017603

Então, Torre de Vigia, como é? As relações familiares normais continuam, como seu advogado reivindicou flagrantemente no tribunal, ou você não deve entrar em contato com um membro da família desassociado, mesmo através de uma simples mensagem de texto ou e-mail?

Abusar a sua família, mesmo as crianças, com essa prática áspera e nociva de evitar é incomodo, mas mentir sobre isso, publicamente num tribunal de justiça, é inexcusável. Também reflete, na minha opinião, o fato de que a Torre de Vigia sabe que essa prática não é nada além de dolorosa e odiosa, e de fato separa as famílias. Eles sabem que os resultados da desassociação incluem a criação de cínicos auto-justos que atacam furiosamente sua própria família, para humilhá-los e degradá-los, e por isso a Torre de Vigilância precisa branquear e mentir em tribunal.

O que quer que este advogado mentiroso, pouco profissional, sem escrúpulos e antiético diz, a verdade é que as relações familiares normais não continuam depois que alguém é desassociado, a menos que, é claro, as Testemunhas de Jeová pensem que o abuso, o assédio, a humilhação, o isolamento, a raiva e a degradação são normais. Penso nisso, com base nas experiências que vi e ouvi ao longo dos anos, que pode ser a verdadeira declaração sobre a religião que alguém poderia fazer.

Artigo original:
https://jwvictims.org/2017/11/19/watchtower-lawyer-lies-outright-in-court-about-disfellowshipping-and-shunning/