Os anciãos Australianos das Testemunhas de Jeová Terrence O’Brien, membro da comissão de Filial e diretor e Rodney Spinks, membro do Departamento de Serviço da Sociedade Torre de Vigia deram seu testemunho sob juramento. O advogado e promotor Angus Stewart é o representante da Comissão Real Australiana. Parte 1 O’Brien disse que a sucursal da Watchtower da Austrália se reuniu para discutir mudanças nas políticas da organização. Segundo ele, em algumas dessas reuniões as participações foram realizadas por vídeo conferência tendo como resultado a produção de duas cartas pela Watchtower que serão enviadas em breve aos anciãos de todo o mundo. Stewart revisou alguns documentos com eles. (Os anciãos pareceram indicar que tinham uma carta que seria enviada esta semana para ser lida em todas as congregações da Austrália e não deixaram claro se a carta será lida a todos os membros. Além disso, indicaram que versões dessa carta seriam enviadas a diferentes nações e que poderiam conter algumas expressões diferentes). Perguntou-se ao Sr. Spinks porque uma nota da Watchtower em uma carta orienta a manter a informação em “segredo”. O Sr. Stewart, o advogado da ARC, indicou que o conteúdo da carta deve ser público para todos os membros das congregações. Ele destacou de que um documento da Watchtower é muito confuso quando destaca a situação de "sexo entre “menores”. O documento diz que os anciãos podem ignorar os casos envolvendo menores próximos da idade adulta, exemplificando com uma pessoa de 18 e um menor de 16 anos de idade. O advogado disse claramente aos anciãos que isto é ilegal. O Sr. Spinks argumentou que “sempre” obedecem à lei e que não tem a intenção de infringi-la. O Sr. Stewart assinalou que de qualquer maneira com ou sem a intenção eles não estavam cumprindo a lei. Em seguida, ele citou as referências das publicações em que se demonstra como a Watchtower facilita o abuso de menores. Disse ainda que a liderança da Watchtower não está ajudando a proteger os menores dos pedófilos e destacou que suas políticas não são claras. O Sr. Spinks afirmou que a Watchtower tem progredido desde 2015 e discutiu com o promotor. Stewart assinalou a definição de abuso sexual que ensinam as testemunhas: “São relações sexuais sem o consentimento do menor”, e perguntou se quando o menor consente com a relação isto não é considerado um abuso. Spinks explicou que uma jovem de 16 anos pode dar seu consentimento, mas que uma criança de 06 anos não. O advogado destacou que nos tempos bíblicos um jovem poderia se casar em idades que hoje não se consideram corretas e Spink contestou dizendo que as escrituras não citam idades. O promotor comentou que a lei australiana é específica sobre estes assuntos e define bem as idades e que as testemunhas têm normas vagas a respeito. Stewart destacou que na Austrália as Testemunhas de Jeová não relatam os abusos sexuais. Em resposta a isso O’Brien lançou a culpa sobre os anciãos quer realizam as comissões judicativas. O juiz perguntou se eles conheciam a obrigação que os anciãos têm de relatar casos de abuso à polícia e Spinks respondeu que sim (ainda que os anciãos entrevistados em 2015 não tivessem conhecimento disso). O promotor perguntou por que não se tinha feito recomendações aos anciãos para relatar os casos de abusos sexuais e destacou que não via isto nas cartas enviadas a eles pela Watchtower. O juiz mostrou que não se aconselha relatar os abusos sexuais quando a vítima já é maior apesar da Comissão Real ter recomendado isso à organização. Stewart destacou claramente o motivo das testemunhas de Jeová não fazerem o mesmo que outras organizações entrevistadas sobre relatar abusos à polícia com a pergunta: “Porque não acatam a lei claramente ao invés de ter várias normas ambíguas?” Diante das respostas vagas de Spinks, o advogado repetiu a pergunta claramente duas vezes. Spinks, como sempre em rodeios, respondeu que era assunto da comissão legal e que ele não tinha muito conhecimento de leis. Uma ou outra vez, os representantes da Watchtower tiveram de encarar os seus erros conforme assinalado nos documentos por Sr. Stewart. Ele disse claramente que as informações para todos os casos onde menores correm riscos é generalizado e obscura. O Sr. Spinks afirmou que a Watchtower tem cumprido com as normas, por outro lado, o Sr. Stewart destacou que a Watchtower não tem ideia do que está fazendo ao ocultar ofensas graves da lei e das autoridades. Quando o Sr. Spinks afirmou que estariam prontos para apoiar qualquer declaração da Comissão Real o promotor Stewart declarou que a Watchtower não tinha feito nenhum esforço para aprofundar-se neste tema. Spinks disse que simplesmente se limitavam a cumprir com as regras que existiam e que poderiam tentar junto ao departamento legal da Watchtower tentar fazê-lo melhor. Depois de dizer que iria revisar os documentos gerados, o promotor destacou um documento em que a Watchtower menciona que existe uma idade para o consentimento com respeito a relações homossexuais. Ele disse que a regra das duas testemunhas é incorreta e necessitava ser modificada. O Sr. Spinks admitiu que a Watchtower se nega a modificá-la e o juiz indicou que ordenará uma mudança nesta regra. Ele e o promotor Stewart estavam bastante indignados. Parte 2 O representante da Watchtower, Sr. O’brien disse ao promotor que não poderia responder pelo que foi dito por Geofrey Jackson (membro do Corpo Governante) sobre se este fez algo para permitir mudanças em apoio às vítimas. Stewart destacou a Spinks que este havia lhe fornecido no passado documentos obsoletos e já substituídos. Spinks disse confundido “Sr. Stewart, isto não é assim!”. Stewart indicou que as vítimas de abuso vêem se obrigadas a enfrentar os abusadores e que a Watchtower, porém, não abordara esta preocupação da Comissão Real. Spinks lhe disse que uma carta de correção havia sido feita, mas que ainda não havia sido enviada e não tinha sido anexada no corpo do manual dos anciãos. Ele afirmou que a correção seria disponibilizada on-line, mas que ainda não estava disponível. O promotor destacou a falta de transparência de todo este procedimento. Spink disse que membros do Comitê de Serviço (em várias filiais) estão ajudando neste aspecto, mas foi contestado por Stewart o qual foi taxativo ao dizer que os diretores não estavam fazendo o que Spinks afirmara. Spinks apresentou outro documento e o promotor lhe corrigiu novamente mostrando que as vítimas de abuso infantil seguem sendo obrigadas a apresentar-se diante do acusado e que a regra das duas testemunhas é contrária à lei Australiana. Foi a vez de Spinks claramente incomodado afirmar que Stewart estava equivocado. Stewart destacou a contraditória redação da Watchtower que usa a expressão “poderiam” ou não fazê-lo. Interrogado, Spinks disse que há monitoramento do cumprimento destas normas nas congregações. Stewart disse que a Comissão Real considerou insustentável que as vítimas das Testemunhas de Jeová se vissem obrigadas a permanecer associadas na mesma congregação com seus abusadores. Citou o documento 7.14-03/01/2017 onde se diz que é preciso expulsar o malfeitor e então, destacou que esta expulsão não protege as crianças do público que não são testemunhas. O Sr. O’Brien disse que isto não era relevante ao caso. O promotor mencionou que o documento orienta os anciãos a mostrar compaixão, mas que é especialmente traumático se uma vítima se sente obrigada a desassociar-se e recebe um tratamento de ostracismo (morte em vida). O’Brien argumentou que a pessoa que decide desassociar-se está exercendo sua liberdade e que sabem das consequências e da realidade do ostracismo caso deixem o grupo. Stewart disse: “Vocês não mudaram nada com respeito a esta política de ostracismo desde 2015”. O’Brien citou uma passagem de Isaías reclamando que a Watchtower se reserva ao direito de não modificar as regras do ostracismo, que se há oposição em seus pontos de vista então a Watchtower ignorará os opositores e NÃO MUDARÁ A REGRA. Ele ainda afirmou que a filial da Austrália não pode modificar a política de expulsão, mas somente o Corpo Governante do qual Geofrey Jackson é parte. Spinks acrescentou que a Watchtower não rejeita os menores vítimas e os que se desassociam não estão sendo desprezados pela organização, mas que eles, as vítimas, estão fazendo tal coisa a si mesmos, pois são eles quem expulsam a organização de suas vidas. O juiz tratou de explicar a Spinks que as vítimas sentem que tem de desassociar para poder sobreviver ao abuso sexual do qual tem sido vítimas; porém Spinks disse que não concordava com isto e que o juiz estava interpretando o assunto de maneira equivocada. O Juiz afirmou que não importava o que diziam as palavras, o resultado final era o ostracismo. Spinks concordou, porém disse que o ostracismo é algo que os que se desassociam impõem a si próprios. O juiz disse que a regra do ostracismo é uma ação cruel e que é uma situação difícil para as vítimas. O’Brien defensivamente disse que o juiz não estava entendendo o direito de desassociação e este retrucou que o resultado final era rejeição e ostracismo. Spinks afirmou que o juiz não estava entendendo e que as Testemunhas de Jeová usam uma “base bíblica” e que a Watchtower reconhece que há consequências. O juiz insistiu perguntando por quê expulsam vítimas e Spinks novamente disse que são eles como indivíduos quem escolhem ser expulsos. O juiz repetiu a pergunta e Spinks respondeu que as vítimas podem ir para outra congregação. O promotor disse para Spinks que tomasse cuidado com o que estava falando, pois as vítimas não queriam ser expulsas e em seguida perguntou: “Porque é necessário expulsar?” Spinks repetiu o argumento de que os que se desassociam expulsam a si mesmos. Stewart perguntou se ele disse basear-se na Bíblia e Spinks respondeu afirmativamente. O promotor declarou então que há muitas pessoas que não concordam com isso, e que Spinks tinha consciência do fato. O Sr. Spinks disse que as vítimas podiam simplesmente deixar de ir às reuniões (tornar-se um membro inativo) e Stewart aproveitou para destacar que a Watchtower não possuía qualquer política de indemnização para as vítimas. O’Brien disse que estavam avaliando o assunto mas que ainda haviam muitas perguntas. Stewart perguntou se havia algo novo para apresentarem sobre este tema e O’Brien respondeu que o processo é lento. O promotor então perguntou: “Estão trabalhando em uma política de reparação econômica que podemos esperar ser concluída?” ao que O’Brien respondeu: “Sim, porém não está pronta nesta fase”. O’Brien disse que as conclusões da Comissão Real com respeito a Watchtower não estão todas debaixo da categoria do que entendem como abuso institucional e o juiz respondeu que a organização acha que não tem nenhuma responsabilidade e que esta atitude causa muito sofrimento às vítimas. Ele disse: “Sua organização tem agravado o dano feito às vítimas, e sua responsabilidade legal irá ser determinada caso por caso”. O’Brien disse que o abuso institucional é entendido pela Watchtower como uma ação que não se aplica a eles na maioria dos casos. O promotor então perguntou: “O que está fazendo então sua organização para ajudar as vítimas?” O’Brien respondeu que existem apenas 6 pessoas que se qualificam para receber indemnizações econômicas. (A Watchtower até o momento não ordenou ou fez nada para que vítimas de abusos sejam indemnizadas). Stewart perguntou por que não se permitia que as mulheres tivessem um papel mais importante na organização. Os representantes da Watchtower responderam que “algo” está sendo feito e que as mulheres podem acusar um abusador sem precisar enfrentá-lo. Spinks afirmou que uma carta, indica que uma mulher vítima pode estar acompanhada por outra mulher; porém que a carta em questão ainda não foi enviada, mas “estará disponível” para todas as vítimas na Austrália. O promotor perguntou se cada membro da congregação obterá uma cópia ou somente os anciãos. Spinks afirmou que todas as testemunhas na Austrália obterão uma cópia. Stewart destacou que esta é uma resposta pastoral e religiosa, mas que o abuso sexual é algo que causa dano vitalício para uma pessoa, algo que está além das capacidades dos anciãos lidarem; assim, ele perguntou o que a Watchtower pensa em fazer sobre estes casos. O’Brien respondeu que qualquer vítima qualificada decidirá por ajuda psicológica ou de outro tipo e que algumas sugestões tem sido feitas por uma empresa de consultoria jurídica contratada pela Watchtower. O juiz disse que certamente eles não vão esperar anos antes de abordar as necessidades das vítimas. O’Brien disse que a quem eles contatarem seriam ajudados prontamente. O juiz perguntou se a Watchtower da Austrália já realizou algo a respeito e eles responderam: “Iremos fazer”. A Torre de Vigia e seus representantes uma vez mais demonstraram muita má vontade e deram um péssimo testemunho; deixaram claro que por acharem possuir a verdade sobre Deus podem ignorar a Comissão Real. Destilaram uma absurda arrogância do início ao fim. Resumo do original em inglês de J. Mason. Emerson (Traduzido e adaptado por Osmanito Torres) Veja a audiência nos vídeos abaixo:
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