Um ancião opõe-se às críticas acerca das Testemunhas de Jeová: "outras pessoas podem aprender conosco".

Publicado originalmente na media Dinamarquesa, TV2 por Jonas HR Moestrup

​A sua própria filha foi expulsa das Testemunhas de Jeová. Ele acredita que Deus está acima de tudo.

Para Tom Pedersen, de Ulstrup, Deus está acima de tudo.

- Algumas pessoas acham difícil de entender. Que alguém pode colocar algo acima da sua própria vida – diz ele.

Tom Pedersen é um chamado ancião – um líder religioso nas Testemunhas de Jeová.
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Tom Pedersen, um ancião das Testemunhas de Jeová, compara Deus ao fundador da máquina de café.

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Mas Tom Pedersen gostaria de tentar explicar como ele experiencia a vida como um membro das Testemunhas de Jeová.

Ele acredita que as regras da organização religiosa são baseadas em sua própria interpretação da Bíblia, com os críticos sendo retratados como algemas – mas outras pessoas podem realmente aprender da maneira como as Testemunhas de Jeová vivem – diz ele.

– Pessoas que talvez não vivam de acordo com esses padrões, regras e princípios, geralmente têm uma vida pior. Eu sinto que tenho uma vida muito boa seguindo os padrões e princípios.

“Nós não ameaçamos ninguém. Não cometemos violência contra quem não quer ser Testemunha de Jeová. É o seu próprio livre arbítrio."

 – Tom Pedersen, ancião

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– É preciso lembrar quem tomou a decisão

Tom Pedersen não nasceu nas Testemunhas de Jeová, mas optou por ingressar na organização em 1989. Para ele, a "verdade", como ele chama, tornou-se o caminho para uma vida melhor.

Ele sente que as Testemunhas de Jeová têm sido um guia para uma vida melhor e mais estruturada e ilustra isso com um livro de instruções para uma cafeteira.

– Quem projetou a máquina de café sabe melhor como manter e cuidar para que ela funcione o maior tempo possível. É também assim que eu vejo a Bíblia. É o modo como Deus descreve para mim como viver a minha vida para ter uma vida boa – diz Tom Pedersen.

Uma das principais críticas de ex-Testemunhas de Jeová com quem a TV 2 falou é a prática da organização de desassociar. Uma das ex-integrantes é Ann Celina, de 25 anos, que foi expulsa porque tinha um namorado fora das Testemunhas de Jeová. Ela não vê a sua família hoje em dia.
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​“Quando Deus diz uma coisa – e há alguns sentimentos dentro de nós que querem outra coisa – nós preferimos o que Deus diz.”

 – Tom Pedersen, ancião

Tom Pedersen acredita que é a escolha do próprio membro – não há coerção e a desassociação não deve ser uma ameaça – diz ele.

– Nós não ameaçamos ninguém. Não cometemos violência contra quem não quer ser Testemunha de Jeová. É o seu próprio livre arbítrio.

De certa forma, não pode ser desassociado ser uma ameaça?

– Nós não ameaçamos ninguém com nada. Nós não consideramos a desassociação como uma ameaça.

Mas ele concorda que a desassociação pode ter grandes consequências.

– Não ter nenhum contato com a sua família é uma consequência séria. É preciso lembrar quem tomou a decisão. Afinal, são eles que saíram (foram desassociados). Afinal de contas, a consequência me afeta quando eles decidiram não mais fazer parte das Testemunhas de Jeová – diz ele.


Mantendo a congregação limpa

O próprio Tom Pedersen teve que lidar com a desassociação em sua própria vida. Ele não vê mais a sua filha porque, como ele diz, ela "escolheu outra vida".

Ele ama a sua filha, mas ele coloca a lei de Deus acima dela, apesar do fato de que ele e sua esposa ficaram tristes por ela ter deixado a congregação.

Quando Deus diz uma coisa – e há alguns sentimentos dentro de nós que querem outra coisa – nós preferimos o que Deus diz.

É sobre "manter a congregação limpa", diz Tom Pedersen:

Crê-se que, quando Deus diz que você deve evitar associar-se com aqueles que estão desassociados, é porque ele sabe o que é melhor. É para manter a congregação limpa, para que nada possa criar discórdia e desarmonia dentro da congregação.
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“Nunca me senti sobre vigilância.”
 Tom Pedersen, ancião

– Somos homens de família comuns

Não é apenas em relação à sua própria família que Tom Pedersen coloca a lei de Deus em primeiro lugar. Ele também aplica-o à lei dinamarquesa.

– Em geral, as Testemunhas de Jeová são consideradas pessoas cumpridoras da lei que pagam seus impostos e cumprem as leis em vigor. No entanto, se as leis conflitam com o que Deus diz, então fazemos o que Deus diz porque é mais importante – diz ele.

Outra crítica de vários ex-membros das Testemunhas de Jeová é sobre vigilância – que as Testemunhas de Jeová monitoram os membros suspeitos de violar suas regras internas. Tom Pedersen, no entanto, não aceita isso.

– Eu nunca sinto que estou sob vigilância. Obviamente, se eu fizer algo errado, pode ser que eu tenha a sensação de que alguém o viu. Mas nós não andamos por aí... somos homens de família comuns que trabalham – diz ele.

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“Se alguém vier e disser que está sendo abusado sexualmente, devemos ir às autoridades”

  Tom Pedersen, ancião

Casos criminais devem ser tratados pelas autoridades.

A TV 2 revelou na terça-feira (12 de fevereiro de 2018) que um ancião em 2014 falhou em ir às autoridades, embora tenha sido avisado de uma suposta agressão sexual a uma criança.

Internacionalmente, casos semelhantes também criaram manchetes, e um especialista em religião acredita que os casos podem ser atribuídos às regras internas das Testemunhas de Jeová, que são descritas, entre outras coisas, num manual especial para os anciãos.

Tom Pedersen não vai lidar com casos específicos, mas diz que todos os casos criminais devem ser deixados para as autoridades.

– Se alguém vier e disser que está sendo abusado sexualmente, devemos ir às autoridades.

Então, como é que acontecem esses exemplos?

– Eu não sei. Somos todos imperfeitos.

Tom Pedersen enfatiza que ele se expressa como um indivíduo.

O escritório escandinavo das Testemunhas de Jeová em Holbæk não queria participar de uma entrevista com a TV 2.


As Testemunhas de Jeová pedem desculpas

No entanto, o escritório das Testemunhas de Jeová em Holbæk escreve por e-mail que a organização “não monitora os membros da congregação”.

Sobre a questão de não notificar as autoridades seculares de suspeita de abuso sexual infantil, o escritório escreve em outro e-mail que desde 2003, as Testemunhas de Jeová na Dinamarca “sempre aconselharam os anciãos que todas as acusações de abuso infantil deveriam ser comunicadas às autoridades”.

Se algum ex-membro das Testemunhas de Jeová acredita que os abusos não foram relatados às autoridades, a organização pede desculpas:

– Se sim, pedimos desculpas. No entanto, vamos mencionar que as vítimas ainda podem relatar isso às autoridades. Se as autoridades concluírem que agimos incorretamente, naturalmente cuidaremos disso.

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Artigo original:
avoidjw.org/en/news/an-elder-stands-up-against-criticism-of-jehovahs-witnesses-other-people-can-learn-from-us/