A organização responde de forma enfática: “Toda a evidência, portanto, aponta a “grande multidão” como representando todos aqueles que não são da classe celestial da “noiva”, ou dos 144.000 selados, mas que estão em pé como aprovados na época da “grande tribulação” e são preservados vivos na terra.” Assim, para a organização, todo relato da visão sobre a Grande Multidão aponta para que esta não seja parte daqueles que serão salvos para uma vida celestial, mas que viverão na terra debaixo do governo celestial. Mas será que este raciocínio está em harmonia com o contexto? Não! E existe um único texto que derruba esta interpretação. Pegue na sua Tradução do Novo Mundo com referências (pode ler também aqui). A edição de 1986 (anterior à edição revisada) reza da seguinte forma em Revelação 7:13-19: “E, em resposta, um dos anciãos+ me disse: “Quem são estes que trajam compridas vestes brancas+ e donde vieram?”14 Eu lhe disse assim imediatamente: “Meu senhor, és tu quem sabes.” E ele me disse: “Estes são os que saem da grande tribulação,+ e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram+ no sangue+ do Cordeiro. 15 É por isso que estão diante+ do trono de Deus; e prestam-lhe serviço sagrado,*+ dia e noite, no seu templo;* e O que está sentado no trono+ estenderá sobre eles a sua tenda.+ 16 Não terão mais fome, nem terão mais sede, nem se abaterá sobre eles o sol, nem calor abrasador,+ 17 porque o Cordeiro,+ que está no meio do trono, os pastoreará+ e os guiará a fontes de águas+ da vida. E Deus enxugará toda lágrima dos olhos deles.” Em resposta à pergunta do apóstolo João, o ancião informa que esta Grande Multidão saiu da grande tribulação que se abateu sobre a terra e o mar. No versículo 15, ele até mesmo informa que ela está diante do trono de Deus. A organização explica a propósito, que isto não significa estar literalmente diante do trono de Deus, embora a passagem e o contexto indique o contrário. De qualquer forma, a frase do versículo que queremos salientar é a seguinte: “e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo" A edição da Tradução do Novo Mundo com Referências de 1986 tem uma nota na palavra “templo” (pode clicar na citação acima). Vamos ler o que diz a nota: “Ou “habitação (morada) divina”. Gr.:na·oí, dativo, sing.; lat.: tém·plo;J17,18,22(hebr.): beheh·kha·lóh, “no seu palácio (templo)”.” Como é que é? Onde diz o ancião que a Grande Multidão está prestando “serviço sagrado, dia e noite”? Na “habitação (morada) divina”?! Então temos aqui duas expressões importantes:
O que isto nos faz lembrar? Como é óbvio o serviço SACERDOTAL no templo em Jerusalém! Como é possível que Torre de Vigia recuse esta clara evidência de serviço sacerdotal prestado pela Grande Multidão no templo ou habitação divina, conforme explica o ancião e coloque-a na terra como meros beneficiários do serviço sacerdotal nos céus? Isto indica uma clara desonestidade por parte da Torre de Vigia e isso torna-se claro na edição revisada que simplesmente não inclui essa nota explicativa na nota de rodapé! (ver aqui) É preciso ter também em atenção que a palavra grega usada nesse versículo (na-ós) tem um significado particular. A própria organização explica isso: “…na·ós, que significa “santuário” ou “habitação (morada) divina”, às vezes se refere especificamente aos sagrados recintos interiores do templo.” (it-3 pp. 678-685) Embora a organização coloque a expressão “às vezes”, a verdade é que SEMPRE que essa palavra é utilizada na Bíblia, refere-se SEMPRE à parte do templo onde APENAS os sacerdotes poderiam oficiar e por isso tem um significado mais restrito que a palavra grega hierón que se refere ao templo como um todo. Não deixa de ser importante para a nossa compreensão do texto, que o apóstolo João tenha usado a palavra grega na-ós ao invés da palavra hierón. Sendo assim, João vê a Grande Multidão prestando “serviço sagrado” no templo ou habitação divina. Quem na terra prestava serviço sagrado a Deus no templo? Eram os judeus como um todo? Não! Apenas a classe sacerdotal prestava tal serviço sagrado na parte correspondente do templo à palavra na-ós, que implica uma área restrita do mesmo. Nem mesmo os levitas podiam entrar nessa zona! Espero que esta breve análise ajude os leitores a perceber como mais uma vez têm sido enganados pela interpretação deturpada da organização Torre de Vigia e seus líderes. Para uma melhor compreensão deste assunto, aconselhamos a leitura deste folheto: http://www.mentesbereanas.org/download/bibmb_grandemultidao.pdf
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