É o Natal uma festividade pagã? – Uma análise bíblica e histórica das raízes desta festividade24/12/2015 "Portanto, ninguém tem o direito de vos julgar pelo que comeis, ou pelo que bebeis, ou ainda com relação a alguma festa religiosa, celebração das luas novas ou dos dias de sábado." – Colossenses 2:16 – Versão Rei Jaime Atualizada O Natal é uma das festas que mais boas recordações traz à memória da maioria das pessoas. Considerada a festa da família por excelência, é também uma altura do ano em que existe um clima de maior compreensão, generosidade e altruísmo em toda a parte. Não é de admirar que assim aconteça, pois a génese desta celebração recorda o episódio do nascimento daquele que veio a ser considerado por milhões de pessoas como o maior homem que já viveu e que deixou um exemplo disso mesmo: compreensão, generosidade e altruísmo. Falamos como é óbvio de Jesus, considerado pelos cristãos como o Salvador e Messias prometido por Deus no Antigo Testamento. Existem no entanto, alguns grupos religiosos que consideram o Natal sob uma perspetiva negativa, considerando-o anti-bíblico e até mesmo "pagão". Entre entres grupos, as Testemunhas de Jeová estão entre os mais ferrenhos defensores desta interpretação. Segundo a avaliação que a Sociedade Torre de Vigia faz desta celebração, as Testemunhas de Jeová devem evitá-la e podem até mesmo ser expulsas caso a realizem. Este artigo pretende estabelecer alguns critérios e análises que nos permitam avaliar por nós mesmos se o Natal pode ser celebrado por um cristão e se existe base bíblica e histórica para tal celebração. Também avaliar se os elementos ditos "pagãos" presentes no Natal, poderão ou não ser motivos para evitar tal celebração. O que a Bíblia diz sobre o nascimento de Jesus Como é óbvio, é preciso entender como nasce esta celebração religiosa que comemora ou relembra o nascimento do Salvador. Ninguém tem dúvidas de que o nascimento de Jesus é realmente mencionado no Novo Testamento (apenas nos evangelhos de Mateus e Lucas) e é celebrado tanto na Terra como nos céus. A Bíblia relata desta forma a ocasião do anúncio do nascimento de Jesus: "Havia também na mesma região pastores vivendo ao ar livre e vigiando seus rebanhos à noite. De repente o anjo de Jeová apareceu diante deles, e a glória de Jeová brilhou em volta deles, e eles ficaram com muito medo. Mas o anjo lhes disse: “Não tenham medo, pois estou aqui para lhes declarar boas novas de uma grande alegria que todo o povo terá. Pois hoje lhes nasceu na cidade de Davi um salvador, que é Cristo, o Senhor. E este será o sinal para vocês: acharão um bebê enrolado em panos e deitado numa manjedoura.” De repente, apareceu junto ao anjo uma multidão do exército celestial, louvando a Deus e dizendo: “Glória a Deus nas maiores alturas, e na terra paz entre os homens a quem ele concede o seu favor.”" – Lucas 2:8-14 Somente nesta passagem encontramos uma base para nos alegrarmos com o nascimento de Jesus. Os próprios anjos cantaram louvores a Deus por este nascimento, celebrando esta ocasião. A Bíblia revela também que os pastores a quem os anjos apareceram também visitaram Jesus logo após esta aparição e alguns meses mais tarde, os astrólogos persas também o fizeram, inclusivamente oferecendo prendas a Jesus, assim como era costume à época quando nascia alguém importante, em especial da nobreza. Não nos esqueçamos que tais homens procuravam aquele que havia nascido para ser o "rei dos judeus" (Mateus 2:2). Assim, a Bíblia estabelece o nascimento de Jesus como uma ocasião de alegria e esperança para todos aqueles que acreditam nele como o Salvador. Seria errado, após cerca de 2.000 do seu nascimento, as pessoas continuarem a relembrar o seu nascimento com alegria e esperança, tendo em vista que a própria Bíblia assim estabeleceu tal evento? Quando se inicia a celebração do Natal? Ao contrário do que é apregoado pelas Testemunhas de Jeová e constantemente reforçado nas suas publicações e estudos bíblicos, existe de facto, uma base histórica para a celebração do nascimento de Jesus. Justino, o Mártir (100-165 A.D.), um dos chamados "Pais da Igreja" e também um dos muitos cristãos a morrer pela sua fé, escreveu a Marco Aurélio que Jesus nasceu em Belém, afirmando: “como você pode comprovar dos registos dos impostos.” (Apologia I, 34). Também Tertuliano (160-250), um prolífero escritor e defensor do cristianismo, apontou “o censo de Augusto — como a mais fiel testemunha do nascimento do Senhor, mantida nos arquivos de Roma” (Contra Marcião, Liv. 4, 7). Também Cirilo de Jerusalém (348-386 A.D.) pediu a Júlio para atribuir a data do nascimento de Cristo “a partir dos documentos do censo trazidos de Roma por Tito”, através dos quais, Júlio atribuiu a data de 25 de Dezembro. Do mesmo modo, João Crisóstomo que viveu por volta de 347-407 A.D., escreveu que a data do aniversário de Cristo a 25 de Dezembro, era apoiada pelos registos do imposto ou censo, ainda existentes nos seus dias que mostravam o seu registo em Jerusalém. Embora seja verdade, conforme ensina a Torre de Vigia, que o Natal pode ter tido origem na celebração pagã Saturnália, outras fontes mencionam que tal celebração pode ter tido origem na festividade judaica do Hanuká (Chanucá). A data do Hanuká é a 25 de Dezembro, mas essa data tem variado desde cedo, visto que é baseada na lua. O Novo Testamento, em João 10:22 diz que no inverno, o próprio Jesus Cristo, foi à Festividade da Dedicação, outro termo para Hanuká. Também é chamada de Festividade das Luzes porque tem as luzes Menorá, comidas especiais e presentes. Será coincidência a celebração do Natal ou nascimento de Jesus, cair na mesma data que a celebração do judaica do Hanuká ou Festividade das Luzes? Não seria possível Jesus ter nascido mesmo a 25 de Dezembro, altura em que se celebrava a libertação de Jerusalém do opressor selêucida, dando-se nessa altura a purificação do Templo e o uso de muitas luzes iluminado o Templo e Jerusalém? Lembramos as palavras de Jesus: "Então Jesus se dirigiu novamente a eles e disse: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue de modo algum andará na escuridão, mas terá a luz da vida.” – Lucas 8:12 Em virtude das citações acima, é possível que tal tenha acontecido, embora não existam certezas absolutas neste caso. Será que o relato bíblico prova que Jesus não nasceu em Dezembro? As Testemunhas de Jeová usam em especial 2 argumentos para provar que Jesus não poderia ter nascido em Dezembro: Embora não se possa afirmar que Jesus nasceu realmente em Dezembro, ainda assim tais argumentos tornam-se inválidos ou pelo menos nada convincentes quando se analisam de forma isenta. Poderia ter ocorrido um censo em dezembro? É muito provável que sim. Porquê? Porque naquele tempo, a maioria das pessoas dedicava-se à agricultura, tendo os seus campos para semear e colher. Quando é que esta atividade abrandaria? Obviamente nos meses de inverno. Teria lógica o censo ser imposto numa altura em que os agricultores andavam atarefados nas suas semeaduras e colheitas? Isso iria estagnar a produção agrícola e até mesmo pôr em causa a subsistência das famílias, implicando também uma redução no impostos a cobrar pelo império romano. Com respeito a viajar durante o inverno é preciso ter em mente que este não é assim tão rigoroso naquela região. Veja a descrição sobre o clima de Israel neste site: http://guia.melhoresdestinos.com.br/quando-ir-a-israel-163-1881-p.html Ao que tudo indica, mesmo no inverno as temperaturas não se tornam insuportáveis ou demasiado rigorosas para uma possível viagem e José e Maria provavelmente viajaram de Nazaré a Belém através do Vale do Jordão, onde as estradas eram menos pedregosas e de 210 a 398 metros abaixo do nível do mar. Assim, esta rota protegeu-os do clima mais frio do inverno. Nada impede também que Deus tenha providenciado um clima menos rigoroso à época, de modo a proteger o bebé prestes a nascer. Que dizer dos pastores no campo com as ovelhas? Do mesmo modo, o segundo ponto pode ser facilmente rebatido tendo em conta que a Míxena Judaica Seqal 7:4 confirma que rebanhos eram mantidos nos campos perto de Belém, mesmo no inverno. A este respeito é preciso considerar que isto acontecia especialmente devido a estas ovelhas servirem como futuras ofertas queimadas no Templo em Jerusalém, conforme atestado no livro The Life and Times of Jesus the Messiah, de Alfred Edersheim, págs. 132–133. Conforme vimos, Israel não é extremamente frio e neve é muito improvável, devido à corrente quente mediterrânea, embora tenha ocorrido ocasionalmente ao longo dos anos. As ovelhas possuem lã natural que as mantém quentes, de modo a que possam andar até mesmo durante as raras quedas de neve em Israel. Naqueles dias, também seria improvável que as ovelhas estivessem dentro de portas no inverno, porque não existiam grandes estábulos, nem máquinas agrícolas enfardadeiras para atar e armazenar feno. No inverno, os pastores traziam os rebanhos das encostas das montanhas frias, para os vales onde a neve não tinha "queimado" muito pasto e para campos perto das casas, onde poderiam receber melhor cuidado. Assim, a declaração bíblica acerca de pastores estarem nos campos perto de Belém, encaixa-se no cenário do inverno. Do mesmo modo, Jacó queixou-se a Labão, de sofrer da fria geada como pastor à noite (Gên. 31:40), provando que havia vigílias nocturnas nos campos, mesmo no inverno. Não é por isso difícil que o relato de Lucas tenha ocorrido no inverno. Que dizer de elementos do paganismo na celebração do Natal? Em primeiro lugar, atestamos que o nascimento de Jesus tem base bíblica e foi celebrado tanto por anjos como por humanos. Mas a questão de elementos pagãos no Natal pode realmente levar a pensar se esta celebração é realmente apropriada para os cristãos. Em primeiro lugar, precisamos de entender que apenas por algo ter tido origem no paganismo ou possuir alguns elementos alheios ao cristianismo, não significa que automaticamente invalide o seu uso. Por exemplo, a Encyclopaedia Britannica declara que os nomes dos nossos dias da semana “derivam das palavras anglo-saxónicas para os deuses da mitologia Teutónica". (The New Encyclopaedia Britannica, vol. 12, 1998, pág. 555) Que dizer dos meses do ano. Já procurou o significado destes nomes? Veja aqui. Não fazemos nós também uso deles? Sabia que os judeus tinham um mês chamado Tamuz? Sabe quem foi Tamuz? Veja aqui. Isso não os impediu de usar o nome dessa divindade no seu calendário, nem vemos qualquer manifestação divina em contrário, certo? Mas há mais elementos pagãos nas nossas atividades diárias! O livro Something Old, Something New—Ethnic Weddings in America declara que “embora para os americanos cobrir a face da noiva com um véu represente inocência e pureza, a prática era originalmente usada em outras culturas como proteção contra danos ou abusos e um dos muitos rituais adotados devido à preocupação com a felicidade, segurança, e fertilidade da noiva e do noivo.… cadeiras levantadas, carpetes vermelhas, sapatos especiais e outras formas de isolamento ou proteção eram usadas para a defesa contra espíritos malignos do solo.…A atual prática Ocidental de ter uma festa de casamento para apresentar o casal evoluiu de uma tradição Romana, na qual as damas de honor e de companhia se vestiam exatamente iguais à noiva e ao noivo, para proteger o casal confundindo os espíritos maus.” (Something Old, Something New—Ethnic Weddings in America (Algo Velho, Algo Novo—Casamentos Étnicos na América), (Philadelphia, PA: The Balch Institute for Ethnic Studies, 1987), pág. 8 (edição em inglês)) O The World Book Encyclopedia também declara que “o costume de oferecer uma aliança de casamento remonta aos antigos Romanos.... Usar a aliança de casamento no dedo anelar da mão esquerda é outro costume antigo. As pessoas antes pensavam que uma veia ou um nervo ligava-se diretamente do seu dedo ao coração.” (The World Book Encyclopedia, vol. 13, 2000, pág. 221 (edição em inglês)) Também, The Encyclopedia Americana revela que “o bolo de aniversário tem a sua origem muito atrás no tempo.…Em Roma o primitivo ritual de casamento era chamado de conferreatio do bolo de trigo…que o casal oferecia primeiro aos deuses, depois, comiam juntos.” (The Encyclopedia Americana, vol. 28, 1999, pág. 565 (edição em inglês)) Deste modo, o livro A Short History of Marriage conclui que “não existe nada ligado ao casamento que não esteja envolto em inúmeras superstições, algumas delas remontando aos primórdios da antiguidade.” (A Short History of Marriage (Uma História Curta do Casamento), por Ethel L. Urlin, (Detroit Singing Tree Press, 1969), pág. 201 (edição em inglês)) É curioso que até mesmo o "batismo" tem as suas origens no paganismo e a própria Organização reconheceu isso quando afirmou na revista A Sentinela de 15 de Novembro de 1970: Será que tal origem pagã impediu, quer João Batista, quer o próprio Jesus de usar o batismo na conversão de discípulos? Será que as Testemunhas de Jeová objetam a tal ritual hoje em dia devido à sua origem? É interessante o comentário da Despertai de 8 de Janeiro de 2000, quando afirmou, debaixo do artigo "Conceito equilibrado sobre costumes populares": Porque será que a Organização não aplica tal conceito a todas as coisas, mas é seletiva naquilo que estabelece como norma do que é correto ou incorreto celebrar? Não é hipócrita apontar certas práticas e celebrações como tendo tido origem pagã, origem esta que se perdeu no tempo e sobre a qual a maioria das pessoas nem sabe ou relaciona com a prática atual e ao mesmo tempo condenar outras celebrações que por uma questão de coerência cairiam na mesma objecção de praticar, algumas destas praticadas de modo regular pelas Testemunhas de Jeová? Alguns desses exemplos:
Se formos analisar cada uma destas coisas, veremos como tais coisas têm suas origens no paganismo, até mesmo estando relacionado com a adoração a deuses falsos. O que importa salientar, é que tais práticas deixaram de ter qualquer conotação com o sentido original e hoje em dia, não são mais realizadas com o mesmo propósito. Daí o comentário equilibrado da Despertai quando disse: "...há casos em que é mais importante levar em conta o que o costume significa para as pessoas na época e no local onde o cristão está morando agora." Vejamos alguns dos elementos usados no Natal e sua origem: A ÁRVORE DE NATAL: Há muitos relatos de árvores verdes e galhos serem usados em antigas celebrações pagãs, muito antes da prática de decorar uma árvore verde em casa se tornar uma tradição de Natal, mas a lenda aponta para a Idade Média como período para a origem deste costume. Pesquisadores descobriram notas em manuscritos Medievais que declaram que a árvore começou como a Árvore da Vida em representações teatrais sobre o Jardim do Éden, na primitiva igreja. Enquanto alguns afirmam uma origem pagã para a árvore de Natal, simplesmente porque os pinheiros foram usados em cerimónias pagãs antes da árvore de Natal se tornar uma tradição generalizada, tais teorias não são mais convincentes do que afirmar que o ensino pagão de que o falso deus Tamuz ressuscitou dos mortos prova que a crença na ressurreição de Jesus se originou no paganismo. É óbvio que tais semelhanças entre as tradições, não provam uma origem pagã para a tradição cristã. Da mesma forma, alguns apontam equivocadamente a condenação do corte de madeira de uma árvore e o decorá-la em Jeremias 10:2-3 como uma injunção contra a árvore de Natal de Deus. Mas esta passagem das Escrituras tem sido mal aplicada e a Torre de Vigia admite que o contexto fala de decorar um ídolo, não uma árvore de Natal. Assim, não há condenação dada nas Escrituras contra o uso de pinheiros para comemorar o nascimento de Cristo. Aqui está uma lenda que atesta a origem cristã da árvore de Natal: “Há várias histórias sobre a origem da árvore de Natal. Alguns povos na Escandinávia adoraram árvores. Quando eles se tornaram cristãos, fizeram os pinheiros ser parte das festas cristãs. Uma lenda conta que a primeira árvore de Natal foi mostrada num milagre a um missionário inglês chamado Winfrido (mais tarde chamado Bonifácio). Cerca de 1.200 anos atrás, Winfrido viajou pelo norte da Alemanha. Um dia, ele encontrou um grupo de pagãos numa árvore de carvalho perto de Geismar. Eles estavam se preparando para sacrificar o pequeno Príncipe Asulf ao deus Thor. Winfrido parou o sacrifício e cortou “o carvalho de sangue”. Quando o carvalho caiu, um jovem abeto apareceu. Winfrido disse ao povo que o pinheiro era a árvore da vida, que representa Cristo.” (Edição em inglês) World Book Encyclopedia Assim como Winfrido (há 1.200 anos), explicou ao povo da Alemanha como o pinheiro representa a vida eterna em Cristo, os cristãos hoje usam o pinheiro de Natal para ilustrar o dom eterno de salvação de Cristo. A BENGALA DOCE (muito usado nos EUA): A seguinte história tem circulado na comunidade cristã por um longo tempo. Ninguém sabe o autor que originalmente transcreveu o relato desta história, mas tem sido consistentemente reproduzida sob o título “A Testemunha do Fabricante de doces.” “Um fabricante de doces em Indiana queria fazer um doce que seria uma testemunha, então ele fez a bengala de Natal. Ele incorporou vários símbolos para o nascimento, ministério e morte de Jesus Cristo. Ele começou com uma vara de puro açúcar sólido branco. Branco para simbolizar o nascimento virginal e a natureza sem pecado de Jesus, e sólido para simbolizar a rocha sólida, a fundação da Igreja, e a firmeza das promessas de Deus. O fabricante de doces fez o doce em forma de um ‘J’ para representar o precioso nome de Jesus, que veio à terra como nosso Salvador. Ele também poderia representar o cajado do “Bom Pastor”, com o qual Ele se abaixa para as valas do mundo para levantar os cordeiros caídos que, assim como todas as ovelhas, se desviam. Pensando que o doce estava um pouco simples, o fabricante de doces pintou-o com listras vermelhas. Ele usou três listras pequenas para mostrar as listras da flagelação de Jesus através da qual fomos sarados. A grande faixa vermelha foi pelo sangue derramado por Cristo na cruz, para que pudéssemos ter a promessa da vida eterna. Infelizmente, o doce ficou conhecido como uma bengala doce – uma decoração sem sentido vista na época do Natal . Mas o significado ainda está lá para aqueles que “têm olhos para ver e ouvidos para ouvir”. Eu rezo para que este símbolo seja utilizado novamente para testemunhar a maravilha de Jesus e do seu grande amor que veio no Natal e permanece a última e dominante força no universo hoje.” Outro aspecto das bengalas doces, que é o representante de Cristo, é o seu sabor a menta. A menta é uma erva que é conhecida pelas suas muitas qualidades curativas digestivas. O seu uso na bengala de doces (Candy Cane) não só representa Jesus como o Grande Médico, mas também os dons de ervas de mirra e incenso que os antigos deram a Jesus e que eram utilizadas como remédio para doenças físicas nos tempos antigos. AS LUZES DE NATAL: O costume de usar luzes de Natal para representar a Luz de Cristo, é atribuída a Martinho Lutero no final dos anos 1400 e início dos anos 1500: “As luzes de Natal representam Cristo como a Luz do Mundo. Martinho Lutero foi talvez, o primeiro homem a usar luzes numa árvore de Natal. De acordo com uma história popular, Lutero colocou luzes na sua árvore para representar a glória e a beleza das estrelas sobre Belém, na noite do nascimento de Cristo.” World Book Encyclopedia (Edição em inglês) OS SÁBIOS (ASTRÓLOGOS OU MÁGICOS) E A ESTRELA “A estrela é utilizada em todos os lugares como um símbolo de Natal. Ela representa a Estrela do Oriente mencionada na Bíblia em Mateus 2:1-2: “Eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém, dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo.” World Book Encyclopedia (Edição em inglês) Para vilanizar a Estrela de Natal, as Testemunhas de Jeová afirmam que a estrela foi colocada no céu por Satanás o Diabo, para alertar o rei Herodes do nascimento de Cristo para que ele pudesse tentar destruí-lo. Elas afirmam: “Quem você acha que proveu a estrela que se movia no céu para guiar os astrólogos? Lembre-se de que a estrela não os guiou diretamente para Jesus, em Belém. Antes, foram conduzidos a Jerusalém, onde entraram em contato com o Rei Herodes, que queria matar Jesus. E ele teria feito isso se Deus não interviesse e advertisse os astrólogos para não contá-lo a Herodes. Era o inimigo de Deus, Satanás, o Diabo, que queria que Jesus fosse morto e que usou a estrela para tentar realizar seu propósito.” (A Sentinela, 1 de Julho de 1985, pág. 17) Perante esta afirmação, pergunta-se: “Onde se diz na Bíblia que a estrela guiou os Reis Magos a Herodes? Se você estivesse esperando o nascimento de um rei, não procuraria o rei num palácio da cidade que governava?” Em nenhum lugar a Bíblia diz que a estrela levou os Magos a Herodes. Em vez disso, afirma Mateus 2:9-11 que a estrela os guiou à criança em Belém: “Depois de ouvirem o rei, partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente os precedia, até que, chegando, parou sobre onde estava o menino. E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra.” Perguntas a considerar:
SÃO NICOLAU (PAI NATAL) E DAR PRESENTES: “São Nicolau serviu como bispo de Mira, na Ásia Menor, nos anos 300 A.D.. Ele era famoso pela sua generosidade, e as pessoas passaram a acreditar que todo o presente surpresa vinha dele. O povo da Holanda escolheu São Nicolau como o santo padroeiro das crianças, e gradualmente, a sua fama se espalhou… Seja ele chamado como for, meninos e meninas em todo o mundo o reconhecem como o gentil símbolo de Natal.” World Book Encyclopedia (Edição em inglês) Enquanto que as lendas que envolvem São Nicolau (ou Santa Claus) têm pouca semelhança com a pura história do nascimento de Cristo, um aspecto que une todas as lendas sobre ele, é a natureza generosa deste homem católico. O seu exemplo em dar presentes tornou-se um símbolo do espírito de Natal, que é muitas vezes usado pelos cristãos como uma oportunidade de compartilhar o dom supremo do amor de Deus e da salvação em Jesus Cristo, na época do Natal. O ministério do Samaritano Franklin Graham que oferece caixas de presente de Natal recheadas com brinquedos úteis, artigos de higiene e tratados com mensagem do Evangelho às crianças pobres em todo o mundo, é uma das muitas maneiras em que os cristãos chegam com a Boa Nova de Jesus Cristo durante o feriado de Natal. A COROA DE NATAL E O AZEVINHO: Os cristãos tradicionalmente vêem a coroa do pinheiro de Natal e o azevinho como símbolos da vida eterna que Cristo oferece, porque estes não amarelecem ou morrem no inverno. As flores brancas do azevinho são representativas da pureza de Cristo e do nascimento de uma virgem, e os espinhos do azevinho e bagas vermelhas simbolizam a coroa de espinhos que Jesus usou e o sangue que Ele derramou para expiar os nossos pecados. Fonte: http://www.4jehovah.org/pt-pt/o-natal-e-pagao-ou-cristao/ Como era encarado o Natal pelos Estudantes da Bíblia? Os Estudantes da Bíblia não tinham a mesma postura que as Testemunhas de Jeová atualmente têm sobre o Natal. O fundador do movimento, Charles Taze Russell chegou a escrever sobre o assunto, dizendo: “…nós não poderíamos ter a certeza de que o dia exato não poderia ser em Setembro por volta do dia 27, mas 1 de Outubro é praticamente correto. Nove meses para trás dessa data nos levaria por volta da época do Natal, 3 a.C., como a data em que o nosso Senhor pôs de lado a glória que ele havia tido com o Pai antes de o mundo ser feito e a tomada ou mudança para natureza tenha iniciado. Parece provável que esta foi a origem da celebração do dia 25 de Dezembro como Dia de Natal. Alguns escritores sobre a história da Igreja afirmam, até mesmo, que o Dia de Natal foi originalmente celebrado como a data da anunciação por Gabriel à virgem Maria.”(Edição em inglês) — O Tempo Está Próximo, Estudos das Escrituras, vol. 2 pág. 61 “Mesmo que o dia de Natal não seja o verdadeiro aniversário do nascimento do nosso Senhor, mas mais propriamente o dia da anunciação da data de sua geração humana (Lucas 1:28), ainda assim, uma vez que a celebração do nascimento de nosso Senhor não é uma questão de compromisso divino ou de mandado, mas apenas um tributo de respeito a ele, não é necessário que nós nos prendamos particularmente com a data. Podemos também juntar-nos com o mundo civilizado em comemorar o grande evento no dia que a maioria celebra —”o dia de Natal.’ ”(Edição em inglês) — Torre de Vigia de Sião, 1 de Dezembro de 1904, págs. 363-365 [Watchtower Reprints, pág. 3468] É claro que Charles Taze Russell tinha uma postura bem mais equilibrada do que as Testemunhas de Jeová passaram a ter após, J.F. Rutherford ter ascendido à presidência da Watchtower. Mesmo assim, é de salientar que durante mais de 50 anos, as Testemunhas de Jeová celebraram o Natal como o nascimento de Jesus. Só após J.F.Rutherford ter imposto a celebração do Natal como algo proibido para as Testemunhas de Jeová é que estas vieram a abandonar a sua celebração. O livro "O Reino de Deus já governa!" apresenta deste modo a forma, como a Organização apresentou a todas as Testemunhas a conclusão de que o Natal era uma festa com origens pagãs e cujas práticas associadas desonravam a Deus: O artigo da revista Idade de Ouro, cujo o livro "Reino de Deus" menciona, apresentou pela primeira vez o assunto do Natal visto de forma negativa pela Organização. O ódio desenvolvido pelo 2º presidente da Sociedade Torre de Viga contra a chamada "cristandade" (especialmente a Igreja Católica), após o seu encarceramento em 1918 junto com restantes membros da direcção, levou a que ele procurasse por todos os meios cortar quaisquer laços doutrinais e práticas com a "cristandade". O Natal, assim como outras celebrações, foram banidas de vez da prática religiosa das Testemunhas de Jeová. É interessante que ainda hoje em dia, os Estudantes da Bíblia têm liberdade para celebrar ou não o Natal, assim como deveria ocorrer com cada cristão. Certamente deveria ser um assunto de consciência como aconteceria na maior parte dos casos. Que dizer do consumismo em torno desta época festiva? É verdade que o Natal veio a tornar-se uma época de consumismo desenfreado e apelo ao materialismo. Significa que o Natal é em si mesmo errado por causa disso? Pense um pouco... O nome de Jesus tem sido usado para matanças, genocídios, guerras e muitas outras atrocidades. Em seu nome, pessoas têm cometido horrores sem qualquer peso na consciência, tal como aconteceu nas cruzadas, inquisição e até mesmo no holocausto nazi. Deixaríamos de usar o nome de Jesus por causa da sua associação com tais coisas? Ou entenderíamos corretamente que temos de separar o que as pessoas fazem em nome de Jesus e aquilo que ele realmente representa e significa para cada um de nós? Do mesmo modo, se celebramos o Natal como ocasião para mais uma vez louvarmos a Deus, relembrando o nascimento do Seu filho e aproveitarmos essa ocasião para partilhar as Boas Novas com nossos familiares, amigos e vizinhos que errado isso tem? Poderá ser uma boa oportunidade para isso, não acha? Será que a Organização dá o exemplo? A organização das Testemunhas de Jeová, que tanto critica o consumismo em torno das celebrações e eventos na chamada "cristandade", não dá ela um mau exemplo quando permite ou até mesmo lucra com eventos relacionados com a sua religião? Veja alguns exemplos: http://www.betheltourvacations.com/ http://www.tourusabethel.com/ http://bethelcoachtours.com/ http://www.bethelandcitytours.com/ http://www.ministryideaz.com/jw-gift-ideas-s/1899.htm http://www.jwstuff.org/ É bem sabido por aqueles que já puderam trabalhar nos departamentos de contabilidade em congressos e assembleias, que a organização arrecada milhares de euros em tais eventos, até mesmo recebendo dinheiro das localidades onde tais eventos se realizam. Mesmo em congressos internacionais, as viagens obrigatórias que devem ser adquiridas pelos delegados oficiais de cada país são em médias muito superiores em custo que uma viagem comprada de modo independente. Porque será? Obviamente existem razões monetárias por detrás de tais coisas, onde o objetivo de angariar dinheiro na maior quantidade possível é claramente visível. Temos que ser honestos e sinceros: o ser humano procura sempre tirar vantagem de uma situação em potencial e no caso da organização das Testemunhas de Jeová a história não muda. O que é triste é que a organização aponta o dedo às outras religiões e seus membros, enquanto ela, de modo mais discreto faz exatamente a mesma coisa. Visão distorcida do Natal A organização das Testemunhas de Jeová é perita em retratar as pessoas do "mundo", como sendo pessoas sem valores e normas de conduta. Notem na imagem abaixo a imagem que usaram para retratar uma festa de Natal, tentando ligá-la à festividade pagã da Saturnália, no antigo império romano (Despertai, 2010). Embora possam existir festas natalícias onde a embriaguez, descontrole e falta de bom senso imperem, é completamente injustificado caracterizar as festas de Natal deste modo. Na realidade, trata-se de uma caricatura distorcida destes eventos, que na maioria dos casos estariam mais próximos destas imagens.
Conclusão Os cristãos foram libertos por Jesus da escravidão aos dogmas e tradições religiosos. Existe algo que cada cristão deve prezar que é a sua consciência. Conforme mostra o apóstolo Paulo, cada cristão deve ter a liberdade de celebrar ou não certo dia ou festividade, desde que como é óbvio não viole nenhum princípio bíblico. Conforme disse Paulo, em Romanos 14:5-6: "Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus." Tais palavras equilibradas deveriam nortear a mente do cristão e mostrar que em tudo pode existir os "dois lados da moeda". Se para um cristão a sua consciência o impede de celebrar algo, seja o Natal, Páscoa ou outro evento similar, para outro cristão tais eventos não perturbam sua consciência e por isso pode celebrá-los "para o Senhor". Infelizmente, o desejo de impôr normas e regras aos crentes, tem sido o mais importante em muitas religiões que se afirmam cristãs. Através das suas lideranças, afirmam deter o conhecimento especial do que Deus quer ou não quer que façamos, esteja ou não explícito na Bíblia. Neste aspeto, a Organização das Testemunhas de Jeová tem sido um exemplo claro disso mesmo, pondo e dispondo do que é aceitável e do que não é, tentando criar uma homogeneidade entre os seus membros de forma a haver a chamada "união". Na realidade, não existe "união" entre as Testemunhas de Jeová, mas sim "conformidade". Esta conformidade virtual, procura colocar as Testemunhas à parte do sistema religioso mundial, como se por serem diferentes fossem superiores e melhores aos olhos de Deus. Embora Jesus tenha afirmado que seus discípulos não deveriam fazer parte do mundo, ainda assim, a Organização tem estabelecido regras e normas bem além daquelas ensinadas na Bíblia. Usando todo o seu poder manipulatório, tem doutrinado as Testemunhas de Jeová a olhar com desdém e desconfiança para tudo o que não provém da "santa organização", eliminando até mesmo coisas que em si mesmas nada de errado teriam e criando situações de incoerência doutrinal, conforme pudemos ver neste artigo com respeito ao chamado "paganismo". Esperamos que este artigo apazigue algumas consciências que desejam celebrar o Natal, mas que por causa das fobias implantadas na sua mente por uma religião de alto controle, continuam a sentir que estarão cometendo um "pecado mortal". Não nos esqueçamos das palavras do apóstolo Paulo que iniciaram este artigo: "Portanto, não deixem que ninguém julgue vocês pelo que comem ou bebem, ou com respeito à celebração de uma festividade, da lua nova ou de um sábado." – Colossenses 2:16 Assim que cada um faça aquilo que tiver em sua mente fazer, desde que o objetivo final seja o de dar louvor a Deus por meio daquele que nasceu entre nós, Seu amado Filho, Cristo Jesus!
6 Comments
Alberto
24/12/2017 13:20:40
Excelente artigo. Infelizmente as Testemunhas de Jeová não podem ler outras considerações sobre o tema que não sejam oriundas da Torre de Vigia. As suas consciências variam conforme o entendimento do Corpo Governante, não conforme o entendimento que têm cada uma tem da Bíblia. Isso se dá no pisca pisca de luzes de muitos dogmas, como a rejeição ao sangue e/ou seus derivados ao longo das décadas.
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Carla
23/2/2019 15:35:18
Gostaria de lhe dazer algumas perguntas:
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23/2/2019 23:02:48
Depois de um comentário destes, gostava de responder a cada ponto que apresentou num verdadeiro discurso de ódio contra a minha pessoa. Sim, você que me acusa de intolerância religiosa não percebe como seu comentário está cheio de intolerância religiosa com alguém que apresenta discordâncias doutrinas sobre as crenças e práticas das Testemunhas de Jeová, fazendo isso de modo respeitoso.
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23/2/2019 23:15:43
(continuação)
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Um leitor
6/6/2020 21:28:47
1. Quem escreveu certamente foi desassociado.
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12/6/2020 18:25:29
Interessante falou e falou e não disse nada e nem mesmo um texto bíblico apresentou.
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